segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

O Senhor Inverno

Era uma vez um senhor muito velhinho, de cabelos brancos e compridos, vestido com um manto cinzento até ao chão, que se chamava senhor Inverno. Ele tinha uma grande barba e um ar resmungão.
Naquele dia, o senhor Inverno acordou cheio de energia, pois já não trabalhava há imenso tempo… Já estava farto de dormir! Então, espreguiçou-se, espreguiçou-se, espreguiçou-se e pôs mãos à obra. Chamou uma série de amigos, aqueles que todos os anos chamava para o ajudar no seu trabalho: o senhor Relâmpago, o senhor Vendaval, a dona Chuva, a dona Neve e o senhor Granizo.
O senhor Relâmpago, o mesmo esquecido de sempre, perguntou ao senhor Inverno:
- Então, amigo, porque nos chamaste?
E logo o senhor Inverno resmungou:
- Amigos, o Outono está a acabar… o Inverno está quase a chegar…!
- Isso quer dizer que chegou a hora de pintar o céu de cinzento e carregá-lo de nuvens… Ah! Ah! Ah! - riu-se com um ar malvado!
E lá se puseram todos a caminho do Reino do Tempo.
Quando lá chegaram, o Reino do Tempo estava envolto em nuvens… Era um enorme castelo, onde vivia o Rei e a Rainha do Tempo, que controlavam as estações do ano.
O Rei do Tempo já estava à espera do senhor Inverno e dos seus companheiros há algum tempo e até já estavam admirados com a sua demora, pois o senhor Inverno é sempre uma estação muito pontual.
O senhor Inverno, como já estava em cima da hora, e o portão do Reino do Tempo ainda estava fechado, ordenou:
- Relâmpago, faz o teu trabalho!
O senhor Relâmpago enfureceu-se, juntou-se às nuvens e lançou um enorme trovão… e o portão foi pelos ares!
O Rei e a Rainha é que não gostaram nada da brincadeira, pois tinham que mandar arranjar o portão todos os anos…
- Ai, ai, ai… este Inverno! É sempre o mesmo! - comentou a Rainha.
E lá entrou o senhor Inverno e os seus companheiros pelo Reino do Tempo.
- Ó amigo, então pões o portão abaixo todos os anos? - perguntou o Rei. - Depois, nós é que pagamos um portão novo.
Mas o senhor Inverno não fez caso.
A Rainha decidiu pôr ordem na casa e ordenou:
- Amigos, façam o vosso trabalho! O senhor Outono já fez as malas e já está de partida!
O senhor Inverno e os seus companheiros arregaçaram as mangas e, quando iam iniciar as suas tarefas, até se cruzaram com o senhor Outono, que ia numa lástima, cansado e dorido:
- Ai, ai, ai… Eu já não tenho idade para estas coisas. Tenho que ir para a reforma.
E… o Inverno, finalmente, chegou: o senhor Relâmpago lançou fortes trovões que assustavam as crianças; o senhor Vendaval levava os cachecóis, os guarda-chuvas e as roupas das cordas e brincava com tudo o que andasse pelo ar; a dona Chuva regava os campos, enchia os rios e formava poças de água para os meninos brincarem; a dona Neve pintava os telhados das casas e os campos de branquinho, e os meninos aproveitavam-na para esquiar ou fazer bonecos de neve; o senhor Granizo brincava com as portas e as janelas das casas, fazendo tlim-tlim-tlim e, como não gostava de flores, estragava-as todas.
Passaram-se três meses de muito trabalho, muita chuva…, muita neve…, muito frio… Estava na hora de o senhor Inverno fazer as malas e ir para sua casa, calçar as pantufas e descansar!
O senhor Inverno e os seus amigos fizeram as malas, reuniram-se com o Rei a Rainha do Tempo, despediram-se e prometeram voltar no próximo Inverno!

História colectiva

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Se eu fosse um astronauta

Se eu fosse um astronauta,
eu brincava no ar
porque lá não há mar
para eu nadar.

Era fixe se
pudéssemos levar um cão,
o meu ia chamar-se
o pastor alemão Gastão.

Eu gostava de tirar
Um bocadinho do Sol,
Para os cientistas investigarem
E verem se era mole.

Queria que a minha nave
fosse toda verde
com dentes de tubarão
e com um enorme salão.

A minha nave
era só para rapazes
porque as raparigas
têm sempre muitas intrigas!

Hugo